terça-feira, janeiro 31, 2006

carta ao leitor

caros (hipotéticos) leitores:
cabe-me, como redatora deste blogzito, limar duas arestas que se impuseram entre a nossa comunicação. o caso é que os dois´últimos posts ("eremita" e "kalash") pertenciam à minha história com o meu actualmente menosprezado "ex", posts esses que eu queria porque queria publicar mas ainda não tinha tido tempo. posteriormente, quando o consegui, esqueci-me de avisar a que época de la mia vita pertenciam. as minhas mais sinceras desculpas.
bjinhos

morwen

sexta-feira, janeiro 27, 2006

kalash

Só me apetecia chorar, mas parti-me a rir na cara dele à mesma. Como era ridículo! Ele a fazer à risca aquilo que eu lhe pedira para fazer e ela, inconsciente da sua condição de peão, a fingir-se de cordeiro inocente! Meus amigos... sinceramente pensei que um estratega e uma bruxa faziam um bom casal, mas... um "pua" e uma cínica... superam as expectativas! A sério! Pelo menos na arte da comédia...
Era um sorriso vindo da alma dele. Coisa tãaaaao rara... o sorriso nunca lhe chega aos olhos, mas naquele momento...até aos meus chegou. Estava tudo tão bem naquele dia, estava tudo quase delineado. Quase, porque à última da hora, antes do meu teste de história ele papou-a encostado a mim. SERÁ NORMAL?
Eu apanhei a jogada, apanhei... só que tarde demais para me defender. E depois apanhei as expressões dele quando passou por mim. Apanhei aquele olhar vazio, perdido.
Onde é que eu já vi isto?!... Ah, já sei. Da última vez que ele a comeu. Se ela não fosse tão CABRA até tinha peninha dela. Mas neste momento o sapo é demasiado gordo para eu conseguir engolir.
POUPEM-ME, POR FAVOR!!!!!!!
É que não cola. Não cola mesmo. Se ele a queria tanto comer, para quê aquele circo todo? Chegava lá e fazia o que fez. Uma festinha no cabelo e já está (ao menos eu era um bocado mais resistente... e beijava melhor. blergh!). Eu sei o que ele queria. Ter-me arrastada aos pés dele, a deixá-lo saltar-me à espinha e a receber o carinho dele às prestações e sem compromisso, qual item das televendas... citando o meu professor de desenho: "tu bibes na ideia..."
SIM eu gosto dele, SIM, eu tou mortinha por lhe por as mãos em cima, SIM, eu tenho ciúmes, SIM, só me apetece rogar-lhe uma valente praga de cada vez que eu o vejo com aquela cara de quem comeu e não gostou quando está ao pé dela, SIM, eu AMO-O. mas... NÃO, não me vou arrastar, NÃO, não vou dar o braço a torcer mais nenhuma vez: se me quer, que lute por mim, NÃO vou abdicar da minha vida e do meu orgulho, porque apesar de ele nos levar por "caminhos cheios de mato e sem volta" de momento é a única defesa que tenho e o meu ego mutilado a única fonte de veneno e vontade para lhes baixar a garimpa. Aos dois. Porque eu sei que ele gosta é de mim e que ela não passa de um peão. E a mim interessa-me é fazer cheque ao rei. E estou tão perto....

"cemetery drive" - my chemical romance

this night walk the dead
and this solitary star
will crush the cemetery gates
and the dressroom has the hates
this time mark the grave
when the searchlights found us drinking
by the mausoleum door
and they found you on the bathroom floor

chorus:
now i miss you
now i miss you so frail
the collision of your kiss
has made us suffer

In time after that
singing songs i've made you slim and recit
isn't that so much fun
standing by a gun
now i won't stop dying
i wont't stop crying
if you want i'll keep on crying
did you get what you deserve?
is this what you've always want me for?

chorus:
now i miss you
now i miss you so frail
the collision of your kiss
has made us suffer
way down way down way down way down
way down way down way down way down...
now i miss you
now i miss you so frail
The collision of your kiss
Has made us suffer

(desculpem a letra mas não consegui resistir)

p.s: este texto foi escrito no dia 16 de dezembro de 2005

O eremita




O jorro de palavras fê-lo gemer de agonia. Era estranho. Ali, agachado entre os seus vícios, na sua “toca”, era de esperar que não fosse tocado pelo exterior. Era um eremita na sua própria existência, na sua própria alma. Era a sua natureza e nunca se queixara.
Mas, como às vezes acontece, chega alguém que vira tudo de patas para o ar. E, oh, como ela virou. O seu mundo ficou o caos na verdadeira acepção da palavra. As estantes estavam cobertas de pó -nunca mais lhes tocara; as cartas arrumadas num canto, as teias de aranha alastrando-se por entre as suas lembranças, besouros nos seus pensamentos. Bichos da madeira a roerem-lhe os cabelos.
Era estranho. A sua voz, de timbre pouco usual, preenchera-lhe as manhãs de outrora e dava por si a reviver conversas que remontavam à ancestralidade do relacionamento… passava o tempo deleitando-se com os farrapos das imagens que dela havia capturado, olhares, sorrisos, lágrimas de sal e de sangue, num consumismo que o exauria.
O seu eremitismo nunca havia sido calculado. De facto, nunca se havia considerado um eremita. Poucas vezes conhecera alguém que gostasse tanto de variar de companhia, de se relacionar, do cheiro a caça de novos rostos, de novas histórias como ele mesmo. Eremita como?
Nos sentimentos. Fechou-se ao mundo, e, não se deixando tocar por ele, detinha uma sensação de poder relativamente aos seus sentimentos irregular. Poucas pessoas o tinham feito sentir-se assim. Era previsível, e, contudo, imprevisível. Bolas, como detesta contradições ambulantes! Mas e daí… há algo de fascinante nesta contradição.
Disse-lhe que Não mas os sinais revelam um Sim decidido.
Esta firmeza inesperada está-lhe a dar um nó cego nas sinapses.

Agora compreende o porquê das pessoas dizerem que as mulheres deviam vir com um livro de instruções. Porquê tanto subterfúgio, quando já o tem na mão, quando é só chegar lá, dar-lhe um beijo e acabar com os joguinhos logo de uma vez?

O seu olhar alongou-se pelas mesas pejadas de pessoas, pelo alcatrão, pela massa disforme de caras, mãos, pernas, mochilas, casacos e sei lá mais o quê, pela relva, pelos riscos de tinta branca do chão, pelos sapatos, pelas árvores, pelas asas, pelas nuvens, pelo céu… pelas folhas que levitavam levadas pelo vento sobre a sua cabeça, pelo cabelo dela, pelas suas mãos… pelos seus olhos. Estreitou-se no seu sorriso, na sua pele, na sua forma. Na sua alma. Racionalizou, analisou… e deu graças por ela estar ali.




Nota: Era suposto ser um segredo, mas é tão óbvio para nós mulheres que chega a ser motivo de gargalhada.
Os subterfúgios são apenas um teste…no qual geralmente os homens falham redondamente. Queremos pessoas perspicazes que entendam os nossos intrincados mecanismos mentais, não funcionamos simplesmente à base do “toma lá, dá cá”.É demasiado pequeno para nós. E, convenhamos, se não fôssemos assim, que piada teríamos? As mulheres não seguem um padrão pré-definido, criam-no. Assim como, em raras excepções, podemos ver isso nos homens. E é isso meus amigos, que os torna tão atractivos.
A rara virtude de ver para além das aparências.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

a new beguining, perhaps??

mãos.
dedos, braços, unhas roxas do frio.
peles brancas, amarelas, de tom rosa e acinzentado.
tudo se torna uma mancha indistinta quando ele chega. (este "ele" é diferente).
porque é que eu não me consigo concentrar quando está perto, porque é que a minha lingua repete a mesma frase vezes sem conta, porque é que os meus dedos tamborilam na mesa e o meu almoço dá mortais no seu invólucro musculoso?

A MINHA CABEÇA MARTELA...
"és só meu amigo. és só meu amigoés só meu amigo"
entre os dentes:
" silvana não te estiques. pára de te rir. ele chegou.
...
eu disse para te parares de rir, não foi para teres um ataque de histeria!!"

mentalmente...
"porra já não se pode confiar nos amigos..."

AAAAAAAAARRRRRRGH!!!

segunda-feira, janeiro 16, 2006

porque é que os homens não vêm com livro de instrucções?!?

O que dizer? Às vezes penso que ainda consigo prever alguns comportamentos masculinos… outras vezes… apercebo-me que estou completamente à nora. Não é que de momento me afecte muito, no entanto, este tipo de obstáculos mentais é um insulto à minha inteligência que apesar de não ser superior, também não pode ser apelidada de limitada, até porque eu trabalho todos os dias para a guarnecer e aprimorar.
Definitivamente sou daquelas pessoas que “tem dias”… se fosse constante também era uma seca, por isso… menos mal.
Sério. Às vezes penso que sim, os escrúpulos são muito bonitos, que é dignificante ser um amor para toda a gente e que mesmo as pessoas que me pisaram e que certamente tornarão a fazê-lo também merecem uma hipótese, enfim, movo-me numa aura de espírito natalício. Noutras penso que quem ainda acredita nisso é “anjinho” de primeira e que eu nasci para fazer justiça pelas minhas mãos. O meio termo? Será que está no meu bolo? Debaixo de uma pedra, talvez? No meio do palheiro, quiçá?? Mmmmm….
E não é só isto. Umas vezes penso que a raça masculina é uma camada de aliens vindos de uma galáxia distante, cujas intenções são caçarem as mulheres, comparando-as como que troféus e comendo-as no final (ou vice-versa). Outras sinto-me eu a E.T.
Serei normal?? Tou na brinca. Sei bem que não…
Mas retomando a conversa relativa aos comportamentos masculinos… eu ainda não percebi muito bem… nas mulheres o sim é de certa forma sim e o não é não( bem… é mais ao menos isto. As nossas reacções são um bocado subjectivas. mas esta elação dá para o gasto).
ams e os homens?? supostamente é ao contrário. logo, o sim é sim e o não de certa forma não? ou o sim é que é de certa forma não e o não é sim?!... ou o sim é que é de certa forma sim e o não é não?

oh... DEU NÓ!!!

eu até dizia para tentarmos uma situação hipotética, mas a minha cabeça está seca de ezemplos.
o que eu sei é que já vivi de tudo (ó pra mim e prá minha experiência de vida).
já ouvi sim!sim e levei com não/não, experimentei sim-de-certo-modo-não e recentemente passei por uma fase não-de-certo-modo-sim.
agora estou na versão "aH?", porque não consigo desvendar nada de nada desta nova "cobaia". é verdadeiramente o "mistery man". mmmm... I like it!:)

vamos ver se este tem o livro de instruções incluído...

joaks pa todos

segunda-feira, janeiro 09, 2006

leafs

encontro-me sob a folhagem. uma luz difusa desce e pousa em leves focos à minha volta, sobre o banco, no chão, por entre as folhas caídas... as pombas pavoneiam-se perto de mim e pássaros dos quais o nome desconheço entoam suaves melodias nos ramos que pairam sobre a minha cabeça... até podia ser um vislumbre de algo idílico mas... como não podia deixar de ser, o martelo pneumático que se tritura o asfalto no outro lado da rua vem perturbar a calma relativa deste jardim... apesar deste se encontrar ladeado pelas artérias da baixa da cidade...ou seja: se quiseres paz sob as árvores, mais vale fazeres como os coelhos- UMA TOCA! e tem cuidado para não invadires as luras dos "personagens" (para não dizer gajos) do séc.XIX... estão em vias de extinção (aparentemente).