quinta-feira, maio 17, 2007

terça-feira, maio 15, 2007

just like heaven

14 de Maio
"Show me how you do it and i promise you I'll run away with you" murmurava ela, just like heaven, no aniversário da sua paragem cerebral. Não há quem aguente.
Os materiais com as suas qualidades à vista, nada de decorativo. Não há quem aguente. divisões geopolíticas sem sentido, estamos no novo muro de Berlim. Pró INFERNO com isso. Não há quem aguente tanto snobismo, tanta mediocridade. O inferno no quarto. E queria eu continuar a minha vida com tais cordéis nos braços
---- que nos atordoa e nos faz pressentir os passos de alguém que, simplesmente, não existe. Foi engraçado, aquele homem é completamente louco, quando menos esperava lá estava ele de novo, sem que eu percebesse de onde tinha saído, uma gargalhada, um sorriso enorme e extraordinariamente natural e, nesse momento mais um flash seguido de um batalhão de máquinas fotográficas que pretendiam o mesmo, não o conseguindo de todo ---- e o prolongamento da loucura – parece que a tortura nunca mais passa.
E eu aqui sem vontade pró mundo, prós outros, aqueles tais. Tristes, trastes. E a vontade incontrolável de mandar tudo cós porcos, estou sem vontade de… de… agir
---- e depois mais uma maquineta, esta iria mostrar-me em movimento, e as perguntas, e não gaguejei, HE HE!, não gaguejei , até acho que correu bem, falei bem, os parabéns, os convites para falar em público, aquele sorriso e o piscar de olho da jornalista seguidos de “não há dúvidas, a tua entrevista vai aparecer”. Mas que loucura, queria sair, refugiar-me e não conseguia, mais alguém “posso tirar uma fotografia contigo?” “está tão bonita” “nem devia dizer isto mas passei o tempo todo a olhar para si, está fantástica”, … Nãaaaooooo! Eu só ---- vínculos da fraternidade, as “ex”, os “ex”, mas não de Exmo. Senhor/ Exma. Senhora, mas de divórcio, de Bye Bye Baby. Bilhete de Volta com Ida, bilhete de ida sem volta. Não há quem aguente. Raios partam a adolescência, a loucura, a mania, a raiva, o tempo, a saudade e o não haver volta. Ainda bem por isto! Ao menos a ida não me vai torturar tanto e vou ter de avisar menos gente da volta – logo eu que sou preguiçosa ---- de novo em casa (depois de uma sessão de gargalhadas, as lágrimas a saltar dos olhos, e o não conseguir parar… foi bom) e de novo aquele vazio, não porque a casa estava vazia mas porque alguns dos que lá se encontravam são vazios em si, e a noite, a noite cerrada e apenas os poucos elementos no seu habitat natural, todos os restantes se evaporaram. O sono, o sonho, enfim, ---- “show me how you do that trick, the one that makes me laugh” canto eu hoje na véspera do aniversário da minha paragem cerebral… “Quoth the raven – Nevermore” e graças aos símios de Darwin pela evolução.
Quero paz. Serenidade. [um bocadinho de] Ambição. Quero felicidade. Ser eu. E mais além ir sem pensar ao infinito. Aprender a crescer e dás-me a mão e sorris comigo e fazes-me desmesuradamente feliz, mais que as palavras, e acções e o consolo e a amizade. Fazes-me feliz mais que tudo e quero ser infinitamente tua. Ir contigo mais além. Para além do sol. Até que tudo se dissolva na luz
---- como tenho vontade de agir, de “começar de novo”. Sinto que sei melhor do que nunca o que sou, o que quero, o que me faria ser ainda mais eu e, para já, sinto que tudo o que posso fazer é esperar, inutilmente ---- ir mais além por fim, voar mais longe, para uma nova vida, liberdade, mais saudosa – ou não – mais feliz? Só preciso de uma coisa: e tu já mas deste.
---- completamente imbecis, uns, agradavelmente insanos, outros. E eu!

quinta-feira, maio 10, 2007

a raiz da loucura

8 de Maio

(desta vez foi a Marta que começou...)

Começaram a surgir bolhas de sabão de todos os lugares, umas rebentavam, outras continuavam a crescer e a subir, mas a realidade é que todas elas me enlouqueciam. olho a toda a volta e lá estão elas, até parece que as ouço gritar à minha voltae sinto-me enlouquecer. Entretanto ---- e disse-lhe sem complexos : sim, gostava de ser louca. Doida varrida. esquizofrénica, quase catatónica, quero lá saber! Ao menos eles não se importam muito com aquilo que os outros pensam, e estão sempre acompanhados, lá na cabeça deles, com as suas vozes murmurantes e voadoras.
queria ser louca pra me sentir ousada, alguém. E, no fundo, queria ser completamente chanfrada da mona pra poder deixar uma marca tão profunda nas pessoas que elas não a conseguissem lavar nem com amoníaco, de tão chocadas, tão----louco, enlouquecidopelo mundo. como esta suposta realidade me atordoa os sentidos; ouço vozes, sussurros estonteantes que procuram dizer-me algo, para mim incompreensível, e continuo a vaguear, como que com uma venda nos olhos, mas simultâneamente é tudo tão óbvio, tão claro... e chamam-me louca! enfim, vou continuar a porque continuo a ouvir as vozes, e não entendo ---- e deixar tudo voar mais além, para que nada mais que cinzas flutuem no meio das côdeas de pólen largardas pelos acónitos de Viana, o vislumbre tóxico do clone da neve misturado com o orvalho da morte. E o vento há de levar tudo pelo ar, para que tudo fique colonizado. E logo haverão mais acónitos e cinzas e pólen e veneno e... uma cegeuira incontrolável.
Tacteias em torno d eti e só encontras destroços que te magoam as mãos e cai sobre ti o silêncio sufocante. Algo não está bem, pensas, e aívês o tumulto. O rol de movimento a escorrer da porta ao teu lado. E pressentes o pior ----caindo a última gota de sangue, não porque "chegou ao fim", mas porque se estancou a ferida. Sente-se o manifesto percorrer as ruas, caminhos entorpecidos que, no entanto, não são obstáculo para tão matéricamente e substancialmente ideais. Fez-se justiça, ouve-se agora o som de uma campainha de bicicleta que se move a toda a velocidade ---- na falta de vontade de te mexeres, de falares com as pessoas, de fazeres os trabalhinhos pelos outros, pela falta de coragem de acabares com as (des)amizades... queres ficar em casa, ou na praia, ou no meio do mato, queres é fugir, já que o teu refúgio não está disponível - nem pode estar... [a vida é uma merda complicada] queres virar eremita nos teus lençóis [ou nos braços dele] ---- e, no entanto, tentam (estupidamente) explicar aquilo que foi intuitivo, um impulso cerebral e imaginativo de um ser que habita em ti mas pareces desconhecer---- e por tudo isto é que eu digo: Quem me dera ser louca. Ao menos tinha desculpa.


quanto mais escavas para fugir, mais te enterras.

quarta-feira, maio 09, 2007

spring cleansing

pois é malta, cá estou de volta. deixei de lado a letargia e voltei a escrever. junto com uma amiga, mas voltei a escrever.
por isso, obrigada Marta, por teres essas ideias surreais!

este texto é segmentado. de certeza que toda a gente ja experimentou (em desenho, escrita, ou lá no que for) aquela brincadeira de começar qualquer coisa (no meu caso foram sempre textos), depois dobrar a folha e deixar o parceiro continuar para no fim obter qualquer coisa mesmo muito doida.

por isso nas próximas sessões vou publicar estas experiências maradas. :)

aqui vai a primeira: (a minha escrita é a que está a azul.)


7 de Maio de 2007
Era mais que o tempo-mais que as relações forma/volume, luz/sombra e tudo mais que na arte -e na vida- se analiza, se conspurca. As sensações quando são dissecadas ficam... estranhas, como se não pertencessem ao corpo de onde ---- caiu, e pensou que o mundo é que rodopiava sem parar. Voltou-se para trás num pulo e sentiu o chão tremer, ficandocom a sensação que o solo era de borracha; de borracha e com uma cor tão forte, tão vibrante que o fez cair de novo, desta vez para o interior de uma fenda onde o fundo ---- onde pairam as questões que colocamos sobre aquilo que sentimos, o que sonhámos, o que quisémos. Repousam as pedras (quase tumulares) sobre aquilo que quisémos/tivémos de (ou não) enterrar e ainda assim continuam a fazer-nos tropeçar e resvaloar pela relva, no meio dos bichos---- e as ondas pareciam rebentar furiosamente. Lá ao fundo consegue ver-se o recorte de um paquete (de luxo, pensei eu) e dei por mim a pensar na alegria que devia pairar no seu interior. Narizes para o ar, cabelos a esvoaçar, sedutoras trocas de olhares e a música, claro, a música. E aqui eu, sentada na areia. Fugi, desatei a correr, o barulho das ondas estava assustador e já começava a escurecer, ---- és comida por dentro pelo sensacionismo e pelas teias de aranha, pelas vontades, reaccionismos e lapsos de consciência. Tens mão em ti. Respiras fundo e mandas um chuto no mundo, para nunca mais. Nunca mais. És agora eremita, mandas nas coisas, ficas-te, desenganada e meio entorpecida a observar ao espelho. Maldita adolescência---- e é uma confusão. Sinto-me confusa e nada me sinto capaz de fazer. Olho-me como olharia para uma louca? Talvez! Mas será que a louca sou eu? ou será que o mundo anda tão caótico que---- fugas aos ideais, às peles que se tocaram, às realidades que distorceste e nunca mais queres tornar a cheirar. Uivas à lua já não de dor, sentes na pele a brisa da liberdade-não das roupas, porque somos todos muito púdicos, coitadinhos- o que diriam os símios de Darwin se nos vissem agora (?!) seríamos, de facto, motivo de chacota social... e viva o Senhor, OLÉ!! -mas dos grilhões que já não se fecham em torno dos teus pés e mãos, da mordaça que não te mais enche a boca ---- escorrego como lava, desmoronando-se como castelos de cartas. Mas nem tudo está perdido, pensei eu, e para meu grande espanto, surge uma luz ofuscante, mas calma, tão surpreendentemente tranquilizante. Morwen, estás aí? Gostava de conversar contigo, sinto-me bem com isso, e como me sinto mal com outras coisas! Mas a minha energia continua a fervilhar, segundo a segundo, e parece querer explodir a cada momento e, com isso, o sorriso, a vontade de andar bpor aí a vaguear, tão louca, e ao mesmo tempo tão consciente do mundo. Ups! Caiu a caneta---- e agora seguras na mão o pote de ouro que tanto quiseste. Pelo qual tanto esperaste. Inspiras o ar, não os milhentos grãos espectantes por acção - são tóxicos- prende-los nos pulmões e às manadas enches tudo em torno de ti com a magia da cor. Porque o espelho observa e duplica os teus movimentos já não há medo. é o mundo que segue os teus passos, não tu que persegues as vontades de outrém. és tu que manipulas os teus cordéis, manipulada nunca mais, foram-se as penúrisa e as tristezas que te tolhiam. Agora és tu, o mundo e as tuas novas asas.
---- Desobedecendo a leis, como se fosse o último segundo!