quarta-feira, maio 09, 2007

spring cleansing

pois é malta, cá estou de volta. deixei de lado a letargia e voltei a escrever. junto com uma amiga, mas voltei a escrever.
por isso, obrigada Marta, por teres essas ideias surreais!

este texto é segmentado. de certeza que toda a gente ja experimentou (em desenho, escrita, ou lá no que for) aquela brincadeira de começar qualquer coisa (no meu caso foram sempre textos), depois dobrar a folha e deixar o parceiro continuar para no fim obter qualquer coisa mesmo muito doida.

por isso nas próximas sessões vou publicar estas experiências maradas. :)

aqui vai a primeira: (a minha escrita é a que está a azul.)


7 de Maio de 2007
Era mais que o tempo-mais que as relações forma/volume, luz/sombra e tudo mais que na arte -e na vida- se analiza, se conspurca. As sensações quando são dissecadas ficam... estranhas, como se não pertencessem ao corpo de onde ---- caiu, e pensou que o mundo é que rodopiava sem parar. Voltou-se para trás num pulo e sentiu o chão tremer, ficandocom a sensação que o solo era de borracha; de borracha e com uma cor tão forte, tão vibrante que o fez cair de novo, desta vez para o interior de uma fenda onde o fundo ---- onde pairam as questões que colocamos sobre aquilo que sentimos, o que sonhámos, o que quisémos. Repousam as pedras (quase tumulares) sobre aquilo que quisémos/tivémos de (ou não) enterrar e ainda assim continuam a fazer-nos tropeçar e resvaloar pela relva, no meio dos bichos---- e as ondas pareciam rebentar furiosamente. Lá ao fundo consegue ver-se o recorte de um paquete (de luxo, pensei eu) e dei por mim a pensar na alegria que devia pairar no seu interior. Narizes para o ar, cabelos a esvoaçar, sedutoras trocas de olhares e a música, claro, a música. E aqui eu, sentada na areia. Fugi, desatei a correr, o barulho das ondas estava assustador e já começava a escurecer, ---- és comida por dentro pelo sensacionismo e pelas teias de aranha, pelas vontades, reaccionismos e lapsos de consciência. Tens mão em ti. Respiras fundo e mandas um chuto no mundo, para nunca mais. Nunca mais. És agora eremita, mandas nas coisas, ficas-te, desenganada e meio entorpecida a observar ao espelho. Maldita adolescência---- e é uma confusão. Sinto-me confusa e nada me sinto capaz de fazer. Olho-me como olharia para uma louca? Talvez! Mas será que a louca sou eu? ou será que o mundo anda tão caótico que---- fugas aos ideais, às peles que se tocaram, às realidades que distorceste e nunca mais queres tornar a cheirar. Uivas à lua já não de dor, sentes na pele a brisa da liberdade-não das roupas, porque somos todos muito púdicos, coitadinhos- o que diriam os símios de Darwin se nos vissem agora (?!) seríamos, de facto, motivo de chacota social... e viva o Senhor, OLÉ!! -mas dos grilhões que já não se fecham em torno dos teus pés e mãos, da mordaça que não te mais enche a boca ---- escorrego como lava, desmoronando-se como castelos de cartas. Mas nem tudo está perdido, pensei eu, e para meu grande espanto, surge uma luz ofuscante, mas calma, tão surpreendentemente tranquilizante. Morwen, estás aí? Gostava de conversar contigo, sinto-me bem com isso, e como me sinto mal com outras coisas! Mas a minha energia continua a fervilhar, segundo a segundo, e parece querer explodir a cada momento e, com isso, o sorriso, a vontade de andar bpor aí a vaguear, tão louca, e ao mesmo tempo tão consciente do mundo. Ups! Caiu a caneta---- e agora seguras na mão o pote de ouro que tanto quiseste. Pelo qual tanto esperaste. Inspiras o ar, não os milhentos grãos espectantes por acção - são tóxicos- prende-los nos pulmões e às manadas enches tudo em torno de ti com a magia da cor. Porque o espelho observa e duplica os teus movimentos já não há medo. é o mundo que segue os teus passos, não tu que persegues as vontades de outrém. és tu que manipulas os teus cordéis, manipulada nunca mais, foram-se as penúrisa e as tristezas que te tolhiam. Agora és tu, o mundo e as tuas novas asas.
---- Desobedecendo a leis, como se fosse o último segundo!

Sem comentários: