terça-feira, maio 15, 2007

just like heaven

14 de Maio
"Show me how you do it and i promise you I'll run away with you" murmurava ela, just like heaven, no aniversário da sua paragem cerebral. Não há quem aguente.
Os materiais com as suas qualidades à vista, nada de decorativo. Não há quem aguente. divisões geopolíticas sem sentido, estamos no novo muro de Berlim. Pró INFERNO com isso. Não há quem aguente tanto snobismo, tanta mediocridade. O inferno no quarto. E queria eu continuar a minha vida com tais cordéis nos braços
---- que nos atordoa e nos faz pressentir os passos de alguém que, simplesmente, não existe. Foi engraçado, aquele homem é completamente louco, quando menos esperava lá estava ele de novo, sem que eu percebesse de onde tinha saído, uma gargalhada, um sorriso enorme e extraordinariamente natural e, nesse momento mais um flash seguido de um batalhão de máquinas fotográficas que pretendiam o mesmo, não o conseguindo de todo ---- e o prolongamento da loucura – parece que a tortura nunca mais passa.
E eu aqui sem vontade pró mundo, prós outros, aqueles tais. Tristes, trastes. E a vontade incontrolável de mandar tudo cós porcos, estou sem vontade de… de… agir
---- e depois mais uma maquineta, esta iria mostrar-me em movimento, e as perguntas, e não gaguejei, HE HE!, não gaguejei , até acho que correu bem, falei bem, os parabéns, os convites para falar em público, aquele sorriso e o piscar de olho da jornalista seguidos de “não há dúvidas, a tua entrevista vai aparecer”. Mas que loucura, queria sair, refugiar-me e não conseguia, mais alguém “posso tirar uma fotografia contigo?” “está tão bonita” “nem devia dizer isto mas passei o tempo todo a olhar para si, está fantástica”, … Nãaaaooooo! Eu só ---- vínculos da fraternidade, as “ex”, os “ex”, mas não de Exmo. Senhor/ Exma. Senhora, mas de divórcio, de Bye Bye Baby. Bilhete de Volta com Ida, bilhete de ida sem volta. Não há quem aguente. Raios partam a adolescência, a loucura, a mania, a raiva, o tempo, a saudade e o não haver volta. Ainda bem por isto! Ao menos a ida não me vai torturar tanto e vou ter de avisar menos gente da volta – logo eu que sou preguiçosa ---- de novo em casa (depois de uma sessão de gargalhadas, as lágrimas a saltar dos olhos, e o não conseguir parar… foi bom) e de novo aquele vazio, não porque a casa estava vazia mas porque alguns dos que lá se encontravam são vazios em si, e a noite, a noite cerrada e apenas os poucos elementos no seu habitat natural, todos os restantes se evaporaram. O sono, o sonho, enfim, ---- “show me how you do that trick, the one that makes me laugh” canto eu hoje na véspera do aniversário da minha paragem cerebral… “Quoth the raven – Nevermore” e graças aos símios de Darwin pela evolução.
Quero paz. Serenidade. [um bocadinho de] Ambição. Quero felicidade. Ser eu. E mais além ir sem pensar ao infinito. Aprender a crescer e dás-me a mão e sorris comigo e fazes-me desmesuradamente feliz, mais que as palavras, e acções e o consolo e a amizade. Fazes-me feliz mais que tudo e quero ser infinitamente tua. Ir contigo mais além. Para além do sol. Até que tudo se dissolva na luz
---- como tenho vontade de agir, de “começar de novo”. Sinto que sei melhor do que nunca o que sou, o que quero, o que me faria ser ainda mais eu e, para já, sinto que tudo o que posso fazer é esperar, inutilmente ---- ir mais além por fim, voar mais longe, para uma nova vida, liberdade, mais saudosa – ou não – mais feliz? Só preciso de uma coisa: e tu já mas deste.
---- completamente imbecis, uns, agradavelmente insanos, outros. E eu!

1 comentário:

Anónimo disse...

nunca as palavras de um ex-robert smith soaram tão bem perante o delírio discursivo de duas vozes canoras... quem dera eu ter distância suficiente para delinear por mimese ou simples gozo de acompanhamento um percurso tão pouco aborrecido.
Seduz-me a vontade e a paixão, o alarve e a tentação de se deixar ser maior.
Flashes do espectáculo que nos tolda a visão, uma espécie de cortina que mascara aquilo que realmente somos e desejamos... é com paixão que me revejo nestas jovens palavras, nestes acessos de verbo e verdade ideal.
Procuramos sempre sacudir a inércia e sairmos da sensação de pequenez a que o fado nos remete, por bacoco fatalismo...

É elevado o sentimento, mais elevada será a união da palavra à visão por trás da máscara e ao sorriso quente que a aguarda.

é palavra que me deixa em sentido e me distrai (com satisfação) dos afazeres mundanos e me faz acreditar novamente que afinal a luz sempre bruxuleia a cada momento que levantamos a cabeça do solo...

a tuti li mundi, como delineava o louco num acesso de sarcástica razão.