segunda-feira, novembro 21, 2005

solidão (=) dependência?

Muitos são os estados que vivemos e muitas são as penas que sofremos ao longo dos tempos. Há algumas que podem, eventualmente, tornar-se crónicas com o tempo. Como a tristeza e a solidão.
Aquele vazio que nos consome, quando ouvimos aquela música no rádio, ou quando olhamos para o telemóvel e não vemos nada de novo no visor… a dependência da presença desse alguém na nossa vida e o porquê dele/dela não dizer nada…
Os múltiplos filmes que se criam nas nossas mentes, o porquê de não mandar mensagem, toking (kolmi para os tmn’s) …sei lá… tentamos em vão perceber porque é que a pessoa de quem gostamos e a quem dedicamos a nossa efémera juventude não fala, não se preocupa…
Por vezes fechamo-nos em nós mesmos para não termos de ser confrontados com a realidade, isolamo-nos no nosso mundo de fantasia numa vã esperança de que na manhã seguinte as coisas voltariam ao lugar.
Outras vezes isolamos apenas um momento das nossas vidas que partilhámos e analizamo-lo até à exaustão…
Outras limitamo-nos a ficar na nossa cana, ou no carro, ou no escritório… a olhar para o nada e a questionarmo-nos para onde foi a nossa felicidade e como é que alguém pode monopolizar a nossa vida desta maneira quando há tantos outros como ele/ela no mundo…
Mas, no fundo estamos dependentes da parcela de singularidade existente nesse alguém, sentimos falta daquele sorriso especial, ou daquela gargalhada, ou daquelas boquinhas inoportunas e irritantes, ou daquele cheiro, ou daquelas mãos… sentimos falta daquele grão de classe que sabemos mais ninguém tem, ou daquele potencial, ou daquelas saídas inteligentes, ou da falta de tacto…
Sentimos falta daquele alguém que conseguiu gostar de nós mesmo quando nós mesmos não o conseguíamos fazer, e refugiamo-nos nas memórias felizes na esperança de um dia as coisas melhorarem e voltarmos a sorrir com esse alguém…mesmo que no fundo saibamos que ele/ela no fundo não vai voltar.

É isto auto-preservação ou masoquismo? Costuma-se dizer que a esperança é a última a morrer… o que se esquecem de avisar é que a esperança também mata aos bocadinhos….

2 comentários:

Miguel de Terceleiros disse...

Minha linda irmã... Que te dizer neste momento?
As coisas mudam.

Morwen disse...

ana... toda a gente passa por isso. é incrível como as questões amorosas se tornam repetitivas. mas enfim... "life's a bitch", como eu costumo dizer.

miguel..eu sei que mudam. por alguma razão é que eu escrevi este texto, não achas?

Beijo grande pós dois...